Nós, ao refletirmos sobre a graça soberana de Deus, somos frequentemente surpreendidos por maneiras singelas, porém profundas, pelas quais Ele se revela em nossas vidas.
A história que agora contemplamos não é apenas um relato emocionante, mas um testemunho vívido da intervenção divina, escrita com traços de providência e salvação.
Um homem, habilidoso nas águas, mestre no domínio do corpo e do movimento, viu-se, na escuridão de uma noite solitária, diante de uma sombra que mudaria sua eternidade.
Ali, sobre a parede da piscina, projetada pela luz suave da lua, estava a imagem de uma cruz — seus braços abertos no trampolim formavam aquilo que, aos olhos espirituais, era um sinal sagrado. Não foi uma cruz de madeira, pregos e sangue, mas foi suficiente para despertar naquele professor de natação a memória de Cristo crucificado.
Nós sabemos, por experiência de fé, que Deus não está limitado aos grandes templos ou aos momentos solenes; Ele fala também em silêncios, em sombras, em detalhes que parecem acaso, mas são parte de um desígnio eterno.
A cruz, símbolo central do evangelho, não é apenas um memorial histórico. Ela é o ponto onde a justiça e a misericórdia se encontram (Salmo 85:10). Enquanto aquele homem contemplava sua própria sombra, o Espírito Santo iluminava seu coração com a verdade de que, por uma cruz verdadeira, o Filho de Deus havia morrido por pecadores. E ali, na beira de uma piscina vazia — um abismo que poderia ter sido sua morte física — ele encontrou a plenitude da vida espiritual.
Nós também, muitas vezes, caminhamos em direção a precipícios sem perceber. Vivemos com a ilusão de controle, confiantes em nossas habilidades, mas é na humildade do reconhecimento de nossa fragilidade que Deus nos alcança.
Assim como ele molha o dedão do pé antes de entrar na água, nós somos chamados a viver em constante lembrança da cruz — não por superstição, mas por gratidão. Cada dia é uma oportunidade para relembrar: fomos resgatados não por obras, mas pela graça (Efésios 2:8-9).
O tempo de Deus é perfeito. Ele não se apressa, nem se retarda. Naquela noite, tudo estava no lugar certo: a lua, o trampolim, a sombra, o coração preparado. Assim é conosco.
Nada acontece por acaso na economia da salvação. A cruz não apenas salvou um homem da morte física, mas, mais profundamente, trouxe sua alma para perto de Deus.
Jesus disse, "porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16). Assim como a sombra da cruz salvou aquele homem do salto mortal, a realidade da cruz de Cristo salva todos os que nela crêem do juízo eterno.
Que nunca nos esqueçamos: a nossa salvação não está em nossos méritos, mas no sacrifício perfeito de Jesus. Vamos, pois, caminhar com o dedão da fé sempre tocando a água da graça, lembrando-nos de onde fomos tirados.
0 Comentários
Ao fazer seu comentário, respeite as opiniões alheias antes de tudo, deixe sua opinião sem ofender o próximo.