Um irmão foi até a igreja, no gabinete pastoral procurou o seu pastor e abriu seu coração. Disse que havia um monstro do passado que o afligia.
O conselho daquele pastor foi que quando nos deparamos com as lutas internas que parecem emergir do nosso passado, é fácil sentir o peso da culpa e a sensação de que nunca seremos completamente libertos.
Muitos de nós conhecemos essa dor silenciosa — aquela lembrança de algo que fizemos ou vivemos, que insiste em ressurgir, mesmo depois de termos confessado nossos pecados diante de Deus.
O texto de Miqueias 7:19 traz uma verdade poderosa para esses momentos: "Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar".
Essa imagem fala diretamente ao nosso coração, pois ela não apenas aponta para o perdão de Deus, mas também revela a profundidade e a permanência desse perdão.
O mar, na Bíblia, representa algo vasto, profundo e impossível de ser medido. Quando Deus lança nossos pecados nas profundezas do mar, Ele está dizendo que eles são tragados pela imensidão da Sua graça.
Não importa quão pesadas sejam as memórias que carregamos, ou quão dolorosas tenham sido as decisões erradas ou os traumas sofridos, o Senhor age de forma definitiva para afogar essas marcas no abismo da Sua misericórdia.
Isso significa que, para Deus, elas não existem mais. Ele não apenas as esquece, como promete não se lembrar delas novamente (Hebreus 8:12).
Contudo, muitos de nós continuamos a sofrer porque insistimos em mergulhar mentalmente naquelas águas profundas. Tentamos resgatar o que Deus já enterrou.
A chave para experimentarmos a plenitude dessa libertação está em aprendermos a confiar profundamente na palavra do Senhor. Nós precisamos crer que, assim como Ele perdoa, também tem o poder de curar nossa memória emocional e renovar nossa mente.
Romanos 12:2 nos lembra que a transformação vem através da renovação da mente, e isso inclui permitir que o Espírito Santo substitua nossos pensamentos de condenação por pensamentos de graça e esperança.
Portanto, quando o monstro do passado surgir, devemos lembrar que ele não tem mais poder sobre nós. Podemos declarar com fé: "Deus já lançou meus pecados nas profundezas do mar!"
Ao fazermos isso, estamos escolhendo viver sob a sombra da cruz, onde o amor de Cristo nos cobre e nos dá a paz que excede todo entendimento (Filipenses 4:7).
Que cada um de nós aprenda a descansar nessa verdade, sabendo que somos novas criaturas em Cristo (2ª Coríntios 5:17) e que o Senhor nos livrou para sempre das garras do passado.
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