Adoração ou Mantra?

Adoração ou Mantra?


Adoração ou Transe? Quando o louvor deixa de ser racional e se torna mera repetição

Adorar a Deus em espírito e em verdade exige coração sincero, mente iluminada pela Palavra e vida entregue a Cristo — não repetições vazias nem emoções desenfreadas, mas louvor racional, santo e transformador.



Nós, como povo de Deus chamado à santidade e à verdade, não podemos negligenciar o modo como adoramos aquele que é santo, majestoso e digno de toda honra. 

A adoração não é um mero exercício emocional, nem uma repetição mecânica de frases, mas um ato racional, espiritual e verdadeiro, conforme nos ensina o Senhor em João 4:23-24: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.


Nos últimos tempos, temos observado com preocupação um fenômeno crescente em certos círculos evangélicos — especialmente em grupos influenciados por uma corrente que, embora não biblicamente fundamentada, tem sido chamada de teologia da “sofrência”. 

Essa visão, que nega a provisão de Deus para a vida abundante em Cristo (João 10:10), promove uma espiritualidade desvinculada da realidade da redenção integral, chegando a desvalorizar o trabalho, a prosperidade e até a alegria terrena como se fossem incompatíveis com a fé. 

Em meio a isso, vemos cultos de louvor que se alongam por horas, marcados por repetições incessantes de frases, movimentos corporais estereotipados e uma atmosfera que, muitas vezes, mais lembra transe do que adoração racional.


O apóstolo Paulo nos adverte: “Ora, o Deus da paz seja com todos vós. Aleluia” (Romanos 15:33), mas também nos exorta a adorar com entendimento. 

Em 1ª Coríntios 14:15, ele diz: “Com que então? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento”. 

A adoração cristã não é um mantra místico, nem uma técnica de indução emocional, como se vê em práticas orientais. O mantra, por natureza, busca o vazio mental; a adoração cristã, ao contrário, exige plenitude de coração, mente e alma.


Nós não adoramos por repetição, mas por revelação. 

Os salmistas não repetiam frases vazias; eles declaravam verdades profundas sobre o caráter de Deus, sua justiça, misericórdia e fidelidade. 

Davi dançava com alegria, mas com reverência (2º Samuel 6:14). Isaías via o Senhor assentado sobre um trono, e sua adoração nasceu da visão da glória divina (Isaías 6:1-5).


Que nosso louvor seja, pois, uma resposta ao que Deus é e ao que Ele fez. 

Que brote do coração, mas seja guiado pela Palavra. 

Que haja liberdade, mas também domínio próprio. 

Que haja emoção, mas nunca à custa da verdade. 

Adoramos a Cristo, o Cordeiro que foi morto e agora está no trono. 

Nele está a essência da nossa adoração.


Que venha o teu Reino. Que seja feita a tua vontade. E que nosso louvor, dia após dia, seja um sacrifício vivo, santo e agradável ao Senhor — racional, verdadeiro e cheio da graça que só Ele pode dar.



Por Pr Márcio Batista
Foto: (StockSnap/Pixabay) Reprodução / Divulgação

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