O Exemplo de Barnabé em Antioquia: Uma Chamada à Liderança que Transforma Vidas
Nós, ao mergulharmos nas páginas de Atos dos Apóstolos, somos convidados a contemplar não apenas a expansão do evangelho, mas também o perfil de homens e mulheres moldados por Deus para liderar com coração de servo.
Em Atos 11:25-26, encontramos um momento aparentemente simples, mas profundamente estratégico: Barnabé vai a Tarso buscar Saulo. Esse gesto, aparentemente pequeno, desencadeou uma revolução espiritual.
Nós percebemos, ao refletirmos sobre este texto, que Deus não apenas levanta líderes, mas levanta construtores de líderes — e Barnabé é um modelo perfeito dessa liderança transformadora.
Ao recordar momentos como este, somos lembrados de que o verdadeiro ministério não se mede por multidões, mas por discipulado fiel. Quando Deive Leonardo, ainda nos primórdios de seu chamado, indicamos para nos substituir em nossas agendas. Ele não era um nome conhecido, mas um jovem ungido e tivemos coragem de crer nele mesmo sem vê-lo pregar uma única vez.
Como Barnabé, que buscou Paulo em Tarso e o trouxe para Antioquia (Atos 11:25-26), enxergamos potencial no chamado de Deus sobre a vida de Deive. Não guardamos o púlpito para nossas agendas, mas o compartilhamos aos colegas pastores no Sul do Brasil com generosidade espiritual.
Lembramos quando abrimos nossas agendas a Deive Leonardo antes dele alcançar milhares de seguidores. Ele nos disse em uma das primeiras agendas: “É a primeira vez que vou viajar de avião e foi para uma agenda sua”.
Que possamos, como nós, sermos Barnabés — incentivadores, pontes, pais espirituais que lançam mão dos menos conhecidos, porque o Reino cresce não pela glória pessoal, mas pela fidelidade em levantar os chamados de Deus.
Barnabé, cujo nome significa “filho de consolação” (At 4:36), não apenas consolava, mas impulsionava. Quando a igreja em Antioquia crescia em número e diversidade cultural, ele não se contentou em manter o controle.
Em vez disso, reconheceu que a obra era maior do que ele. Foi a Tarso — uma jornada não desprezível — buscar Saulo, um homem ainda mal compreendido, com um passado de perseguidor, mas com um chamado indelével de Deus. Barnabé viu não o que Saulo havia sido, mas o que Deus iria fazer por meio dele.
Nós aprendemos, então, que liderança verdadeira não é medido pela quantidade de luz que uma pessoa reflete, mas pela capacidade de acender outras lâmpadas. Barnabé não temeu que Saulo pudesse eclipsá-lo; ao contrário, ele o colocou ao seu lado.
Durante um ano inteiro, ministraram juntos, ensinaram juntos, sofreram juntos. E foi ali, em Antioquia, que os discípulos foram pela primeira vez chamados de cristãos — um testemunho de que algo novo e poderoso estava acontecendo, fruto de uma liderança cooperativa, humilde e orientada pelo Espírito.
Nós, hoje, somos confrontados com a mesma pergunta: Quem estamos ajudando a levantar? O ministério não é uma competição, mas uma colheita. Jesus disse: “Um semeia, outro ceifa” (Jo 4:37). Barnabé semeou em solo fértil, mas não colheu sozinho.
Ele compartilhou a colheita. Quantos obreiros hoje estão dispostos a abrir espaço, a ceder plataforma, a investir tempo em alguém que pode um dia ir além deles?
A história de Barnabé nos desafia a cultivar discernimento espiritual — enxergar o potencial em quem ainda está em formação. Nos exorta à generosidade ministerial — não guardar para si as oportunidades que Deus confia.
E nos convida à mentoria fiel — caminhar com os que estão começando, como Paulo caminhou com Barnabé antes de caminhar com Timóteo.
Que nós sejamos, como Barnabé, filhos da consolação e da comissão. Que nossas igrejas sejam lugares onde novos chamados são descobertos, fortalecidos e enviados. Pois quando levantamos outros, não diminuímos nosso valor — multiplicamos o Reino.
E nisso, cumpre-se a oração de Cristo: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros” (Jo 13:34) — não com amor teórico, mas com amor que abre portas, chama nomes e transforma destinos.
Recentemente, Deive Leonardo, em uma de suas apresentações, nos chamou diante da sua plateia e disse: "pra quem não sabe, o pastor Márcio Batista foi um Barnabé em minha vida, lá no começo de tudo, sem me ouvir pregar, abriu as portas pra mim em suas agendas pelo Sul do Brasil, muito obrigado!"
Sejamos um Barnabé na vida de alguém!
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