Silêncio é autocontrole

Silêncio é autocontrole


Vivemos em um tempo em que muitas vozes clamam por atenção. Em um mundo que parece celebrar a ignorância e o orgulho, há momentos em que a sabedoria não está em responder com palavras, mas em manter o silêncio. 

O livro de Provérbios nos ensina: “Até o tolo, quando se cala, é tido por sábio; e o que cerra os seus lábios, por entendido” (Provérbios 17:28). O silêncio, em muitas situações, não é um sinal de fraqueza ou omissão, mas uma demonstração de sabedoria e maturidade. 

Ele é uma resposta poderosa, uma escolha que reflete autocontrole e profundidade.


Ao escolhermos o silêncio, estamos, na verdade, fazendo uma afirmação – a de que não precisamos competir com palavras vazias. Muitas vezes, os argumentos nascidos da arrogância ou da ignorância carecem de substância e sentido, sendo apenas ruído. 

Quando nos deparamos com atitudes de prepotência, nosso impulso natural pode ser o de responder imediatamente, de nos defender, de mostrar que temos razão. No entanto, Jesus nos mostrou um caminho diferente. 

Em Isaías 53:7, lemos que Ele foi “oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro.” Nosso Senhor nos ensinou, com Seu próprio exemplo, que há momentos em que o silêncio fala mais alto do que qualquer palavra.


E como praticamos essa elegância de espírito? 

Primeiramente, quando a arrogância se manifesta, mantemos a calma. Não deixemos que o orgulho do outro desperte em nós a ira ou o desejo de revidar. 

Em Tiago 1:19, somos orientados: “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se.” O silêncio nos dá o espaço necessário para refletir e acalmar nosso coração antes de agir ou responder. 

Ele nos permite analisar a situação e discernir o que realmente vale a pena ser dito.


Em segundo lugar, o silêncio nos ajuda a refletir. Quando escolhemos não responder imediatamente, criamos a oportunidade de ouvir a voz de Deus, pedindo sabedoria para responder da maneira certa, caso seja necessário. 

“Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente” (Tiago 1:5). Ao cultivarmos esse espaço de quietude, permitimos que o Espírito Santo nos conduza, e Ele, por vezes, nos direciona a simplesmente permanecer em silêncio, deixando que nossa postura fale mais alto do que qualquer palavra.


Terceiro, deixemos que nossas atitudes revelem quem realmente somos. Jesus nos chamou para sermos “sal da terra” e “luz do mundo” (Mateus 5:13-14). Não precisamos levantar a voz ou competir em discussões para provar nossa fé. 

Nossas ações diárias – nosso amor, paciência e respeito – são o testemunho mais eloquente. Quando escolhemos o silêncio em situações de conflito, demonstramos uma confiança que vem de Deus, não de nossa própria força.


Finalmente, lembremos que, muitas vezes, a melhor resposta é nenhuma. “Não respondas ao insensato segundo a sua insensatez, para que também não te faças semelhante a ele” (Provérbios 26:4). Isso não significa que devemos ser passivos diante da injustiça, mas que devemos discernir quando o silêncio é o caminho mais sábio. 

Nem todas as batalhas são dignas de serem lutadas, e nem toda provocação merece nossa resposta. A paz interior, cultivada por meio de um relacionamento íntimo com Deus, nos fortalece para essas situações.


Então, como lidamos com a arrogância? 

Escolhemos o caminho do silêncio, da calma e da reflexão. Confiamos que o Senhor nos sustenta, e que, no tempo certo, Ele nos dará as palavras – ou a quietude – necessária. 

Que sejamos sábios ao responder, mas ainda mais sábios ao nos calar, permitindo que a graça de Deus seja nossa verdadeira voz.


Por Pr Márcio Batista
Foto: (lemonmusicstudio/Pixabay) Reprodução / Divulgação

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